Em resposta às novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, o Brasil prepara medidas defensivas, mas ainda aposta em negociações para evitar um confronto comercial direto. O setor do aço está no centro dessa disputa, com o governo federal tentando restaurar o acordo de cotas de exportação com isenção tarifária que vigorava até o mês passado.
O governo Lula vê o setor metalúrgico como estratégico: em 2024, as exportações brasileiras de produtos semiacabados de ferro ou aço para os EUA somaram US$ 3,5 bilhões. A nova tarifa proposta por Donald Trump acendeu o alerta em Brasília, levando o Planalto a reforçar o discurso de soberania, ao mesmo tempo em que busca manter os canais diplomáticos abertos.
O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas nacionais, defende a manutenção do diálogo como prioridade. A entidade considera que há fundamentos sólidos para renegociar: o Brasil exporta apenas material semiacabado e é grande comprador de carvão metalúrgico norte-americano.
Durante evento, o presidente Lula declarou que o país “respeita todos, mas exige reciprocidade” e prometeu “todas as medidas cabíveis” para proteger trabalhadores e empresas nacionais. Ele também citou a lei da reciprocidade, aprovada pelo Congresso, que autoriza retaliações.
Apesar da retórica forte, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que o Brasil não deseja uma guerra tarifária. Segundo ele, mesmo a menor tarifa de 10% já é prejudicial e o melhor caminho ainda é a negociação.